| 17/10/2008 03h20min
Na segunda-feira de eleições no Conselho Deliberativo do Grêmio, Fábio Koff, 77 anos, procurou Raul Régis de Freitas Lima, o presidente da casa: queria saber sobre sua proposta de adiar a votação direta, marcada para amanhã.
Koff teme que a concorrência interna também divida os torcedores, a nove rodadas do final do Brasileirão. Mas Raul Régis confirmou a data. Os líderes dos dois movimentos não aceitaram a mudança.
Koff votou então em Duda Kroeff, da Chapa 1. Segundo ele, só a permanência de André Krieger, que Duda promete manter no comando do futebol, poderá levar o Grêmio à conquista da Libertadores. Amanhã, o ex-presidente votará outra vez em Duda, mas não fará campanha.
Na sede do Clube dos 13, em Porto Alegre, Koff falou que a política interna do Grêmio está “fatiada”. Ali mesmo, há dois meses reuniram-se Paulo Odone, Luiz Carlos Silveira Martins, Ricardo Vontobel, Duda Kroeff e Raul Régis em busca de candidatura de
consenso.
Sem sucesso.
1 – Por que o
senhor tentou adiar o segundo turno da eleição?
O que faz um clube que lidera o campeonato a nove rodadas do fim se jogar em um processo eleitoral que divide os sócios? Qual o objetivo? Sou de um tempo em que os cardeais (como são definidos os ex-presidentes e os grandes beneméritos da história do clube) escolhiam o presidente que o Conselho referendava logo depois. Não sou contra as eleições no quadro social, como a deste sábado. Eu mesmo comecei este processo em 1998, mas não é o momento de uma eleição. Não consegui apresentar minha proposta ao Conselho Deliberativo. O clube está fatiado politicamente. É como se existissem 40 alas, como vários partidos políticos. O Grêmio mudou muito nos últimos tempos e está dividido.
2 – Por que a Chapa 1?
As propostas das duas chapas são iguais. Votei e votarei de novo na Chapa 1 por causa do André Krieger. Foi ele quem pegou o futebol em uma hora difícil (após as
eliminações no Gauchão e na Copa do Brasil) e teve a
convicção de manter o Celso Roth. Está fazendo um grande trabalho e não quero que ele vá para casa agora, o que vai acontecer se a Chapa 2 vencer. Votarei neles também no segundo turno. Quero Krieger no futebol.
3 – Paulo Odone não pode ser comandante do vestiário caso a Chapa 2 seja eleita?
Foi meu vice de futebol em 1982. Foi um bom vice. Mas ele comandará a Grêmio Empreendimentos e cuidará da Arena. Ou a Arena ficará parada até o final da Libertadores? Futebol precisa de dedicação integral. Estamos na ante-sala da Libertadores, ela não é vencida em um mês. É preciso costura política, presença na Conmebol e vestiário forte. O futebol tem a cara de seu comandante, e não se forma um novo comandante em pouco tempo. Com Krieger, a Libertadores é possível.
Os candidatos
CHAPA 1 -Duda Kroeff
CHAPA 2 - Antônio Vicente Martins
A eleição de amanhã
começa às 10h e vai até as 17h. O resultado sai antes das 18h. Não será permitido acesso de
carros ao Olímpico
Fábio Koff lamenta que o clube esteja "fatiado" politicamente em meio à decisão do Brasileirão: voto aberto para a Chapa 1
Foto:
Ronaldo Bernardi